Lactantes pela Vacina - São Paulo

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13 de maio de 2021
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CARTA ABERTA DE MÃES LACTANTES DO ESTADO DE SÃO PAULO

São Paulo, 13 de maio de 2021.

CARTA ABERTA DE MÃES LACTANTES DO ESTADO DE SÃO PAULO

São Paulo, 13 de maio de 2021.

Ao Exmo Sr. Governador do Estado de São Paulo, Prefeitos da Capital Paulista e Grande São Paulo, Secretários de Saúde e gestores interessados. Nós, mães lactantes do Estado de São Paulo, utilizamos desta carta para manifestar nossa satisfação diante da inclusão de gestantes e puérperas no público prioritário, conforme o Programa de Vacinação local (VACINA SAMPA e VACINAJASP), a qual considerou a necessidade de preservação do funcionamento dos serviços de saúde, de proteção dos indivíduos com maior risco de desenvolver formas graves da doença e dos indivíduos mais vulneráveis aos maiores impactos da pandemia e de manutenção dos serviços essenciais. O objetivo expresso e acertado de acelerar a vacinação de gestantes e puérperas ressoou em nossos lares como um horizonte de esperança nestes tempos sombrios.

Estamos conscientes da limitação quantitativa de doses liberadas pelo Ministério da Saúde (MS) para os grupos prioritários em São Paulo. Contudo, lamentamos a exclusão da previsão da inserção das lactantes na estratégia de imunização realizada pelo governo do estado de São Paulo e prefeituras, dado ao avanço da pandemia e o surgimento de novas variantes que ameaçam as nossas vidas e dos nossos bebês e crianças.

Com a chegada da COVID-19, o Brasil registrou 979 mortes maternas entre gestantes e puérperas, o equivalente a 70% dos casos do mundo. Nosso solo não é apenas o que teve mais morte materna, mas, o que teve o dobro no número de óbitos de mães apenas neste ano. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), já contabiliza que pelo menos 45 mil bebês, crianças e adolescentes perderam pai e mãe durante a pandemia.

No dia 19 de março de 2021, foram somados os dados de 2020 e 2021, chegando em um total aproximado de 8.744 crianças de 0 a 5 anos que já foram hospitalizadas por COVID no Brasil, 627 crianças vieram a óbito, dentre elas 420 eram bebês de até um ano, podendo este dado ser o triplo do número oficial, tornando o Brasil o país com o maior número de mortes de bebês menores de 2 anos por COVID-19.

Atualmente não há evidencias dos efeitos pós-COVID a longo prazo em adultos e crianças, vale ressaltar que crianças podem apresentar síndrome inflamatória multissistêmica, comprometendo órgãos vitais (cérebro, coração e rins) e com a variante P1, o quadro grave de doenças tem atingido bebês e crianças, ainda que hoje seja considerado raro.

Em um documento publicado recentemente pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e endossado pelo Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização (SAGE), está claro a priorização de vacinação de grupos com comorbidades ou estados de saúde (gestação e amamentação), pelo qual implicam riscos significativos de doenças graves ou morte.

Mulheres lactantes são consideradas grupo vulnerável e já são objeto de diversas políticas públicas de proteção, havendo inclusive, recomendações para que estas mulheres mães trabalhem remotamente no período da pandemia.

Entretanto no atual cenário econômico brasileiro, o desemprego para mulheres ganha proporções, forçando a grande massa adentrar ao emprego informal. Com as limitações nas creches e escolas, estas mães são obrigadas a trabalhar com seus filhos, deixando-os expostos por conta da orientação do desuso de máscara para bebês menores de 2 anos de idade, devido ao risco de sufocamento. O contagio através dos mesmos torna-se exuberante, provando ser de extrema importância a inclusão de mães lactantes com bebês de todas as idades, sabendo que, os anticorpos adquiridos por uma mãe lactante após uma única dose da vacina, são transmitidos ao bebê através do aleitamento materno.

Esta estratégia mostra-se extremamente eficaz e econômica para o poder público, além de ser um grande incentivo ao aleitamento materno, que hoje tem uma média baixíssima de 54 dias, sendo que, este deve ser fornecido de forma exclusiva do nascimento aos 6 meses e mantido até 2 anos ou mais, assegurando o vínculo de aleitamento.

Havendo internação pela infecção de um dos envolvidos, a continuidade da amamentação neste período é impedida, podendo ocasionar um desmame precoce e irreversível, configurando um dano irreparável à criança, uma vez que a mesma não irá se beneficiar de todos os nutrientes essencias para o desenvolvimento saudável.

A vantagem econômica está no ganho denominado 2 por 1, vacinando a mãe, o bebê é instantaneamente imunizado após a amamentação, garantindo 50% das doses para outras pessoas. Vale ressaltar também o grande benefício da imunização da mãe lactante cujo o bebê seja portador de comorbidade.

Em razão deste contexto, requeremos que todo este equívoco seja sanado com a necessária inclusão de todas as mulheres lactantes, com e sem comorbidades, na chamada para vacinação contra a COVID-19, juntamente com as gestantes e puérperas. Certas de contar com o apoio de Vossas Excelências, agradecemos desde já.

 

Assinam essa carta as mulheres lactantes do Estado de São Paulo.

 

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