Manifesto Extensionista em defesa das Universidades Federais e pela valorização das C.H.

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4 de maio de 2019
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A importância deste abaixo-assinado

Iniciado por Fórum de Extensão, Comunicação e Cultura

A Extensão Universitária, sob o princípio constitucional da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, é um processo interdisciplinar, educativo, cultural, científico e político que promove a interação transformadora entre Universidade e outros setores da sociedade. (FORPROEX, 2010)

Nós, Extensionistas dos cursos de Jornalismo e Relações Públicas da Universidade Federal de Santa Maria campus Frederico Westphalen, reunidos no Fórum de Extensão, Comunicação e Cultura, vimos por meio deste manifesto declarar repúdio aos cortes que as Universidades Federais vêm sofrendo por parte do governo de Jair Bolsonaro e do ministro da Educação, Abraham Weintraub. Declarações recentes mostram que é tempo de lutar pela valorização das Instituições de Ensino Superior do país e, mais do que nunca, das Ciências Humanas.

As Universidades Públicas são importantes centros de pensamento crítico e promoção da igualdade. Segundo dados da Claravate Analytics, das 20 maiores produtoras de conhecimento do Brasil, 18 são Universidades Públicas. Essas mesmas instituições figuram em rankings nacionais e internacionais de Igualdade, de Inovação e de Impacto Social. Entretanto, os recentes cortes de verbas vêm paralisando as pesquisas científicas no país e inibindo o surgimento de novos grupos de pesquisadores.

Além das pesquisas, a Extensão também sofre reduções significativas. Sem recursos, não é possível atender a sociedade de maneira efetiva, uma vez que essas ações demandam de montantes expressivos de recursos, financeiros e humanos, para que sejam realizadas. Atualmente, muito desses recursos vêm de iniciativas privadas dos próprios extensionistas (professores, alunos e técnicos), que bancam alguns deslocamentos e materiais para os programas de extensão, entretanto não podemos continuar financiando nossas ações quando esse encargo é atribuição do Poder Público. Concomitantemente aos recursos financeiros empregados, destinamos grande parte do nosso tempo livre e de nossa energia para planejar e realizar a Extensão Universitária.

Inserimo-nos em grupos excluídos e marginalizados; em grupos sem acesso ao conhecimento universitário; em escolas; em hospitais; em centros de atendimentos das mais diversas áreas, a fim de promover o intercâmbio de conhecimento. A Extensão Universitária forma e informa cidadãos. A Extensão acolhe refugiados e vítimas de violência. Recupera dependentes químicos. Auxilia vítimas de racismo, homofobia, transfobia, misoginia, machismo e outras inúmeras formas de preconceito e opressão. Protege e acolhe animais abandonados. Educa sobre os mais diversos temas e de inúmeras formas. Melhora a mobilidade urbana e o ambiente social. Atende famílias carentes, idosos, presidiários e menores abandonados. A extensão produz alimentos. Está presente nas casas, nas feiras, na agricultura. Faz atendimento em saúde e busca valorizar a cultura e a arte. Busca promover a justiça social. Juntamente com o Ensino, a Pesquisa e a Comunidade externa, a Extensão transforma a realidade.

É por meio das ações extensionistas que se torna possível a identificação de novos problemas sociais, deste modo, gerando novas pesquisas científicas. É por meio da Extensão, também, que novas metodologias e resultados de estudos podem ser aplicados e testados na sociedade. E o mais importante, é a Extensão que permite à Universidade conhecer o lugar onde está inserida.

Sem a Extensão, a Universidade é uma instituição para “uma elite intelectual”, onde o conhecimento fica restrito a barreiras imaginárias e as pesquisas são descoladas da realidade. Sem ações externas, os alunos não conhecem na prática sua profissão, os professores e técnicos não dialogam mais com a sociedade. O papel da Universidade Pública perde-se e, por conseguinte, seu reconhecimento social.

A Extensão Universitária, como importante meio de defesa da democracia, da valorização humana e do intercâmbio cultural e de saberes, levanta-se em defesa das Universidades Federais e das Ciências Humanas. Lutamos diariamente, dentro e fora dos centros universitários, para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária. Buscamos, através da aliança entre o conhecimento científico e o conhecimento popular, formar pessoas críticas, que questionem sua realidade e tenham acesso a novos meios de transformá-la. Lutamos, enfim, pelo reconhecimento de nossa atividade.

Por isso, convidamos a todas e todos, alunos, professores, técnicos e comunidade externa, de todas as áreas do conhecimento e das diferentes universidades brasileiras, a unirem-se a nós na luta pela educação universal, gratuita e de qualidade. Que esse manifesto se estenda a todas as universidades públicas que sofrem com o contingenciamento de verbas e que possamos juntar nossas forças para resistir diante dos ataques que estamos sofrendo.

Os cortes de verbas não têm apenas um fundo econômico, são frutos do desmonte do Ensino Público no Brasil.

Mas a Educação resiste.

A Universidade Pública e as Ciências Humanas resistem.

A Extensão Universitária resiste.

 

ECOA - Fórum de Extensão, Comunicação e Cultura (UFSM FW)

Frederico Westphalen (RS), 06 de maio de 2019.

 

*Texto aprovado em assembleia realizada no dia 06/05/2019 no campus da UFSM Frederico Westphalen.

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